Zambra, o mistério desvelado numa oficina com 20 horas!

 Desde que resolvi dar um workshop de Zambra no ano de 2013 várias distorções começaram a aparecer em função deste curso usando meu material. Sequer para inspirações ou fonte de pesquisa, mas para deturparem mais de 20 anos de pesquisa e de coleta de material que cedi a preço hiper popular e que depois foi revendido a valores exorbitantes em seus cursos como se em apenas um workshop se tomasse ciência em tão pouco tempo destes mais de 20 anos; tanto para ensinar como para bailar! Foram fotos, vídeos e uma mídia com quase 30 músicas que selecionei em 23 anos de pesquisas para tudo ir abaixo através dessa gente que, sequer, teve a decência de assumirem sua forma de ver a zambra e sem nenhum texto pessoal ou reflexivo, mas usaram meu nome, meu trabalho e muitos outros para isso. Encontrem suas fontes que justifiquem o que acreditam ser essa forma de seus olhares sobre a zambra como dança.

 

Poucas foram honestas e se renderam ao seu nicho ao não ensiná-las ou exibí-las por entenderem que não a dominavam para nenhum dos dois casos. A estas eu agradeço muito e rendo meu sincero respeito por terem sido nobres em suas ações.

Nada tenho contra a quem escolhe seu caminho, faz a sua pesquisa e recolhe seu material para ensinar o que quer; relevando sempre o profissionalismo de quem o faz com dignidade, honra e propriedade. Mas o que vi algumas vezes, e o que me foi relatado por muitos que estavam nestes outros cursos, era o abuso de meu material que estava incluso nesses cursos. Todo ele!

Anos depois resolvi retornar com mais uma oficina totalmente revisada em tudo, a 2a edição! Inclusive voltei nas primeiras fontes para me certificar e ver se não deixei alguma informação passar desapercebida. E na verdade apenas me certifiquei de tudo que afirmei e encontrei mais informações que precisei trabalhar por deduções, por analogias e observações segundo as novas informações.

Desta vez, tenho mais material, entrevistas de artistas reconhecidos, mais fotos, e mais vídeos de gente que foi ao berço da Zambra e mais vídeos coletados com refino. 

A Zambra como dança sempre foi uma polêmica quanto à sua origem e muitos ainda a recusam na Andalucia porque o próprio espanhol costuma negar as influências dos árabes até hoje. Então é fato que somente aquele que a criou e a recebe como herança cultural é o único capaz de falar com propriedade da cultura de seu povo, o granadino; em especial o cigano granadino. Existe até um movimento hoje em dia para torná-la Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da mesma forma como foi feito com o Flamenco em 2010.

Agora esta oficina está mais rica em tudo, mais selecionada nas informações e usarei maior critério para a parte prática do ensino da Zambra.

E espero com isso dar maior credibilidade nesta arte típica do cigano granadino a quem muito admiro, respeito e amo.

Serão 20 horas de curso com uma parte teórica bem explicada, inclusive com entrevistas e depoimentos.

Flexibilização... até onde é legal?

 

Ficar em casa... é o que mais gosto de fazer literalmente. Curto meu espaço com suas bagunças, meus bichos, meus artesanatos, filme de streaming e etc... curto mesmo! Mas ficar em casa nestes quase 7 meses tem me dado um certo cansaço. De tudo que curto estou perdendo o interesse. Somente os bichos ainda me animam.

Acabou a inspiração pra fazer comidas diferentes, de ficar fuçando na internet; aliás é o que sobra! De ver nas mídias que há excessos... muitas coisas boas, mas que em excesso soa falso, forçado e mentiroso. Pode ser um mecanismo de bloquear as coisas ruins que, por demasiado, invade todas as mídias sociais com muita gente se polarizando mais ainda; o que é um saco. Muita gente  desfazendo amizades por divergências políticas e, quase E como saberei qual é o verdadeiro pensamento destas pessoas?

Machismos, feminismos e todos os "ismos" ressurgem em potência máxima! E o crivo que se recebe quando se coloca apenas uma reflexão? Sofre-se ataques de todos os lados e usam meu perfil pra todo tipo de divergência. NÃO! Eu excluo! O perfil é meu! Discutir é uma coisa que as pessoas estão trocando o sentido por "brigar" e "afirmar seus pensamentos". Isso pra mim é imposição e desrespeito ao diferente e ao divergente.

Já me disseram que sou um fraco e um negativista com o sair nessas flexibilizações da vida. Eu apenas penso que meu corpo, e o de qualquer outro indivíduo, é uma icógnita caso contraia o atual vírus. É isso que mete medo. E muito!

Dói ficar preso? E muito! Mas sem uma vacina real não quero me arriscar a uma exposição desnecessária... Assim como o HIV foi discriminado no início como o "câncer gay" e depois todos, sem nenhuma exceção, se tornaram grupos de risco por todas as evidências que hoje temos conhecimento, não será diferente com o Covid-19. Antes havia um grupo de risco como no HIV e o tempo mostra que ele é poderoso, mutável e veloz! Todos estão suscetíveis! Mesmo os que já se "curaram". Não há, ainda, maiores conhecimentos sobre este vírus. Ainda muitos efeitos estão ocorrendo e pouca divulgação.

É onde vejo o quanto a maioria se entrega na natural necessidade do ser humano ao convívio social presencial, ou aglomerado. Pior é ver que muitos abandonaram a auto proteção se expondo e expondo aos outros aos riscos outra vez.

Existem outros fatores por traz da flexibilização que é um fato econômico e político. Um alimenta o outro. Todos os políticos são alimentados pelos impostos de todo tipo de comércio existente. E quase todo comerciante precisa circular seu capital para ter seu sustento seguro. Uma verdadeira cobra mordendo o próprio rabo.

Mas existe o lado legal disso tudo que é a descoberta de economia quando algumas profissões podem se sustentar em seu próprio "home office", ou seja, trabalhando em casa. Eu acredito que muitas profissões terão que mudar essa realidade enquanto outras continuarão da mesma forma.

Quem já viu o desenho dos Jetsons deve entender bem o que estamos começando a viver... óbvio que longe daquela realidade do desenho do Hanna Barbera mas à caminho dele forçando a tecnologia a correr contra o tempo.

Me lembro do livro que li na adolescência chamado Admirável Mundo Novo onde muitas coisas estão acontecendo agora... E por quê não poderiam ser verdades? Caminhamos nessa direção.

Ainda assim saio duas vezes de casa para abastecer-me de comida e vou suportando o "ficar em casa" conversando com outras pessoas entre amigos, familiares e alunos.

Estamos no início de um século e olho pela história como foi há cem anos. Vivemos novo processo de mudança enquanto nossos valores de vida passam por um duro julgamento na balança de cada um.

Mais uma dura lição da vida chamada resiliência.

O quê acontece com as pessoas??? Reflexo do isolamento?

 Nestes últimos anos nunca um momento foi tão marcante pra mim como o de agora por conta do Covid-19. As pessoas se mostram na sua mais pura essência revelando seu verdadeiro caráter que, segundo aquilo que cada um imagina ser um BOM caráter, pode desiludir E muito!

Percebi que algumas pessoas em quem confiei por demonstrarem ser verdadeiras, sinceras e empáticas eram na verdade lobos em peles de cordeiro me assustando com a tamanha traquinagem camuflada atrás de boas pessoas.

É muito ruim no princípio porque causa a dor do espanto e, como reflexo em mim, total perda da confiança. Alguns conseguem ser piores do que já eram! E destes com certeza quero a maior distância possível! Isso entre amigos, colegas de trabalho e familiares...

Não nego que alguns eu terei que trabalhar a minha tolerância de convívio obrigatório e outros apenas a paciência para tudo isso passar logo... imagina, 6 meses enclausurado e observando os outros na internet! Fora o tempo que tem ainda por vir da clausura necessária.

Mas quero ver mais o outro lado. Tem poucas, mas relevantes pessoas, que passaram de lagartas para o crisálida e poucas na metamorfose completa se revelando verdadeiras borboletas, pessoas com um caráter maravilhoso segundo a minha visão.

Em todos os segmentos da vida dá pra observar estes dois lados. Infelizmente é o lobo quem mais aparece predando cordeiros fracos, acomodados ou que não pensam. Sabe por quê? Porque a borboleta alça vôo e raramente a gente a vê salvo aqueles instantes em que ela procura lugar para se abastecer e reproduzir.

Todos descubrimos o quanto estar sozinho é importante para cada um se auto avaliar em todos os conceitos da vida e que agora dependemos muito da tecnologia da internet para ver os outros, amigos, parentes e, literalmente, "os outros".

Tento me blindar das coisas ruins, ser solidário com quem precisa e com quem posso e ver como a própria vida está nos chamando a atenção para esse olhar interior tentando descobrir se o que existe é um Narciso, uma Medusa ou literalmente ficamos à beira da Caixa de Pandora pensando se a abrimos pra depois guardar a única coisa que sobra, que é a Esperança, ou se estamos apenas fechando-a devagar para ter mais consciência do que fizemos.

Mais uma vez a vida nos dá uma oportunidade para pensarmos naquilo que plantamos, no que colhemos agora e o quê queremos para o futuro numa chance de melhorar, redundantemente, para melhor.

Seguem-se momentos de tristeza, de angústias e derramamento de lágrimas. Mas eu sempre me reergo e vejo o quanto de melhor eu posso fazer para mim e para distribuir para quem quer e a quem posso...

Vamos um dia de cada vez. O ano de 2020 pode acabar em 31 de dezembro, mas será a vitória sobre o Covid que determinará o fim de um ciclo e uma nova era... no tempo da vacina! No tempo em que poderemos nos defender e/ou nos prevenir deste vírus.

Um exercício mais duro e real com a sua vida e com quem se convive...tolerância, paciência e amor no mais profundo significado dele com relação à vida, a natureza e ao mundo.