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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Aos 55 anos dentro de uma pandemia

Hoje, 16 de setembro, completo meus 55 anos de vida. Muitas vivências, experiências diversas entre boas e as não tão boas, mas sempre melhorando meu olhar sobre tudo o que vivo, experimento, reflito e concluo. Sempre ouvi de muitos que envelhecer é perder a juventude, que é ruim e que dói tudo e etc. Tenho outro olhar porque vejo que estou conseguindo cumprir o ciclo natural da vida e que vislumbro por viver cada momento, até aqui, de forma intensa e de forma cada vez mais consciente. Queria que muitos pudessem ter este olhar que aprendi a ter para se sentir feliz e pleno.

Neste momento pandêmico me espanto com algumas pessoas que se mostram livremente como são na sua verdadeira face e sem medos. Pessoas de meu círculo e convívio que, de uma maneira ou outra, se reservaram e nunca se mostraram como são de verdade. Elas tinham seus motivos e não os questiono por isso. Mas me decepciona por ver que antes desse período elas tinham outra postura, pensamento e comportamento muito adverso do que são hoje. Em alguns casos fico muito decepcionado. Aliás a decepção só surge quando se espera algo de alguém ou quando se nutre alguma afetividade pelas pessoas.

Algumas de formação acadêmica, com suposto conhecimento das Leis Naturais da Vida e inerentes a todos e que inverteram estes valores. Acredito que apenas adequaram à sua real espiritualidade. Isso não quer dizer que sou maior ou melhor que a deles, mas sim diverso na vibração a qual persigo no intuito de ser uma melhor versão de mim mesmo, de ser mais amoroso, empático e contribuinte para uma vida mais serena ou de mais fácil suporte diante de tantas dificuldades e de uma perversa solidão causada pelo isolamento social coibindo a relação ao vivo, mas dinâmica no mundo virtual e por querer estar entre seres que vibrem igual a mim.

Analiso as formas da educação e do caráter, os dois, que se manifestam com intensidade nesse período. Se por um lado sinto a falta de algumas pessoas, por outro fico feliz em estar distante das outras e, por se manterem ou aumentarem seu lado negativo (digo aumentar mais do que já era perceptível de ruindade), me mantenho mais distante ainda.

Falo de ser ruim, ser mal, de tirar algum proveito do detrimento alheio para alimentar a necessidade pessoal. Dessas pessoas quero manter-me à distância ou limitar seu contato comigo caso seja obrigatório o convívio por circunstâncias da vida atual... mesmo que virtualmente falando.

55 anos em que me vi cometendo erros por falta de conhecimentos e acertando por ter feito escolhas mais racionais... e mais um tempo pela frente para aprender com futuros erros, caso eu os cometa e os reconheça de alguma forma, para continuar a cada ciclo percebendo que estou realmente vivendo. Cada ano que ganho o tempo mostra na minha matéria como consequência da genética adquirida e de como eu me trato, de como meu metabolismo se altera por conta disso e de como convivo com isso.

Então as rugas me são importantes, o físico que perde seu vigor se comparado com a juventude e os fios brancos que me surgem com o tempo. É de um prazer saber que estou avançando fisicamente no tempo e tirando o melhor proveito desta matéria e das escolhas que fiz.

Ser velho é ser jovem na estrada do conhecimento. Sempre quero aprender mais como aquele adolescente que descobre o mundo inteiro para viver! Então cada vez que envelheço, mais jovem eu fico! Cansei de ver nos diversos segmentos da vida o exagero dos oportunistas que sugam a vitalidade dos fracos de pensamento, dos preguiçosos por serem acomodados na vida ou medrosos da vida. É como o ditado que criei pensando nas filosofias mas que é aplicável a qualquer segmento: "cada Pastor encontra seu rebanho e cada Rebanho tem o pastor que merece". Mas que fique claro que estas ovelhas se desgarram quando descobrem terem o poder sobre si mesmas e mudam de pastor, mudam a direção, mudam seus caminhos.

Faz parte da vida enxergar a diversidade e a necessidade destas camadas respeitando-as. Isso não quer dizer que tenho que ser consoantes a estas condutas porque já não "me pertence" mais agir e pensar assim. Não sei há quanto tempo, mas com certeza nessa vida eu nunca pensei ou agi assim e é isso que me importa. Mas sempre que posso e consigo, gosto de contribuir para a melhora dos outros que acredito quererem mudar para melhor.

Me sinto sempre vencedor após um aprendizado. E sempre torço para que meu semelhante consiga chegar aonde estou; pois se eu consegui mudar meu pensamento para melhor, qualquer um pode também!

Completar 55 anos com a cabeça que tenho hoje e ver como se pode ser feliz sendo comedido, honesto, verdadeiro e transparente é que me dá mais gás para continuar na jornada da vida e cuidando do meu jardim.

Só de lembrar que já fui muito arrogante por querer resolver os problemas de quem eu via sem entender que eles ainda não  se compreendiam e que hoje eu apenas lamento, porém confiante de que em breve eles encontrarão a saída, já me dá uma paz interior. Cada um tem seu tempo!

O tempo tem sido meu alento para tudo e é por saber que ele dá a resposta proporcional ao plantio é que sentimentos de fúria, raiva, mágoas e rancores não me pertencem mais. Meu olhar se afunila e fica mais criterioso porque não penso mais num ganho emergencial, mas sim o quanto esse ganho contribuirá para meu crescimento; seja agora nessa vida ou nas vindouras.

E quem disse que não disfruto dos prazeres materiais? Sempre que posso e alcanço eu tiro este momento de descanso e regozijo sim! Não sou humano? Necessito destas formas de alívio, mas tudo dentro dos conceitos acima descritos...sem ferir ou tirar nada de ninguém. E se der ainda compartilho com outras pessoas estes momentos sublimes de prazer e lazer tão imprescindíveis a nós tão humanos e carnais. Rio de mim mesmo quando falo e escrevo assim... Mas é! Eu sou igual a vocês constituído de Força e Matéria!

É, decididamente será quando eu partir daqui que verei o quão bom ou ruim fui para comigo e com os outros, o quanto consegui bons plantios, boas colheitas e o quanto preciso ceifar na vida. Enquanto este dia da partida não chega (e espero que demore mais ainda) vou vivendo dia após dia e ano após ano construindo um acervo de lembranças, de vivências extraordinárias a essa vida de agora. 

Amigos? Há muito tempo achava que a quantidade era o que me dizia o quanto sou querido... é! De verdade achava isso! Hoje tenho qualidade nos pouquíssimos que tenho se comparado com a quantidade que já tive. Talvez porque não sabia a diferença na diversidade destas relações: amigos, colegas e conhecidos. São BEM distintos entre si!!! O que não impede de um amigo ser também um colega. 

Este ano minha guerreira mãe se foi. Então será um aniversário diferente como no ano em que meu pai se foi. Estarei lembrando dela. Mesmo quando não podíamos por alguma razão estar juntos, ela dava seu jeito no telefone ou no "zap" de falar sempre palavras tão diferentes a cada aniversário nestes anos todos. Nesse não terá como. Ah, mãe! Você sempre torceu para a felicidade de seus filhos! Estamos indo...

E viva meus 55 anos! 

Que venham os próximos anos porque eu escolhi VIVER e SER FELIZ!