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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Descobrir-se e Aceitar-se


 Aqui relato o que penso, sinto, observo e também explano sobre meus conhecimentos e impressões sobre a vida, sobre as escolhas e o pensar com a ótica e as vivências que tive com o flamenco. Aliás,  uma arte que grita a vida pelos dois lados: a tristeza e a alegria.

Eu aprendi que escolhas sempre amarram as consequências.  A mais recente me traz novos amigos, novos olhares e a libertação de um segredo de 30 anos que tem seu revés: o afastamento de algumas pessoas que prezo, principalmente os profissionais. Não é cobrar apoio ou solidariedade, mas perceber que minha fraqueza atual os distanciou, seja porque eles tenham outras prioridades ou por realmente não se interessarem pelo momento ao qual passo. Talvez por sempre mostrar o "forte e infalível ".

Fugir é um ato insano qdo se reconhece no problema, mas não qdo não se tem a consciência dele. A gente sempre ludifica as emoções e as coloca organicamente no coração. Mas todo o processo tem a ver com a química no cérebro e pode aumentar qdo existe o ciclo humano do envelhecimento e queda hormonal. Menopausa pra elas e Andropausa pra nós do gênero masculino. As consequências deste ciclo é mto pessoal para os gêneros mas que possuem semelhanças entre si.

Onde isso tudo leva? No meu baú das lembranças... Sempre falo sobre perdas humanas, como isso nos afeta e como apaziguar essas lembranças. Pois é,  levei mais de 15 anos acreditando que aceitei, que resolvi e que nada mais me afetaria falar de um grande amor... aquele que a maioria busca pra viver como nos contos de fadas.

Um gatilho atual da vida me fez cair a ficha da solidão. Uma dor insuportável que se junta com as carências hormonais (pesquisando ainda se há e quais) ou mesmo se é apenas essa consciência de que minha solitude acabou e ela, a solidão,  me tirou o tapete abrindo um grande buraco sob meus pés. 

É fácil ensinar sobre o poder do pensamento, do uso da Força de Vontade e de quais são as saídas pra esse êmbolo emocional que só empurra pra baixo... amigos verdadeiros são, neste momento, o melhor apoio junto à terapia. 

A cura? Aprender a lembrar sem dor pra dar novo espaço pra novas emoções... Quanto tempo leva isso? Só escuto "é um processo"... 

Gente, dói demais e nem sempre consigo lidar quando ao acordar, ao despertar de uma noite de sono tranquila o que me vem primeiro é essa dor da solidão.  É  uma luta diária se libertar dela! Me agarro às responsabilidades profissionais, tento liberar essa emoções em contato com a natureza, com pedaladas na bike e tudo que me faz bem porque o de ruim eu já provei no início dessa descoberta... e confesso que foi bem pior! Manter-se sano é extremamente difícil porque tenho que sentir a dor sem deixar que ela domine meus atos e me empurre pra o mundo da escuridão como bem me alertou um amigo.... aliás o descobri qdo estava para fazer o pior. Agradeço ao Erasmo Nascimento por ter usado da sua intuição e ter me laçado pra não cair mais. Com poucas palavras, mas certeiro... o alento na hora certa!

É,  "vai divertir com o Carnaval"! Escuto de muitos ainda isso... o que nenhum deles sabem ainda que essa festa é a que mais me dói,  me empurra pra baixo e me deixa com muita, mas MUITA saudades. Fujo dessa festa, viro eremita, hiberno... Carnaval é o símbolo vivo de quem se foi. As outras festividades do ano? Superei, foi difícil... Carnaval não consegui.

Junte então essa fase pessoal com a festa. 

Medo... o universo indo pra brincar Carnaval e eu não consigo me libertar pra isso. A última vez que fui visitar um bloco precisei comprar uma máscara pra esconder o qto estava sofrendo ali e, discretamente, sair da multidão e me esconder dessa festa. Carnaval continua sendo uma tormenta pra mim. Entende porque me afasto e busco outras atividades?

É,  não está sendo nada fácil descobrir-me e aceitar-me neste processo da solidão.  

Só quero sair disso...

domingo, 14 de janeiro de 2024

É isso...

 Com tanta coisa boa acontecendo e eu tentando mais uma vez dar uma guinada na minha vida me deparo em nova realidade.

Tenho novo círculo de amigos que ainda estou conhecendo, mas que ainda não sei até onde posso ou devo considerá-los assim, amigos. Isso tempo vem mostrando e tudo aponta na direção positiva. Ainda bem!

As escolhas que faço às vezes me trazem pesos que não sei se suporto. Então às vezes me encontro derrubado por mim mesmo. Algumas não são escolhas, mas vicissitudes mesmo. Estas podem doer mais do que uma escolha.

Está extremamente difícil aceitar, entender e sair deste caminho chamado solidão que mal entrei e já quero sair. Me reconheci neste poço depois de mais de 15 anos onde estive de luto por alguém que me fez o cara mais legal do mundo.

Foi difícil enxergar o qto eu deixei passar ou qtas oportunidades eu perdi e que não se repetirão por causa deste luto. Tenho amigos, família,  trabalho, estou perto da natureza e até meus queridos pets.

Mas não é isso... estar com eles não está bastando, não ameniza e nem preenche esse vazio que me consome, me deixa mais sensível do que sou. De quê adianta conseguir ajudar os outros agora se nem consigo comigo mesmo? Tenho escutado boas palavras amigas que até me dão um peteleco pra frente... e às vezes me torno egoísta sem perceber pq fico impulsivo.

Tá difícil, viu?

Nunca pensei que passaria por isso! Logo eu que caio e levanto rápido!!!

Eu acabei projetando essa carência em algumas pessoas por encontrar nelas algumas qualidades do que tive... e se foi há mais de 15 anos. Isso é bom por um lado e muito ruim por outro. Sinal que sei o que busco mas que nunca, jamais será igual e nem se repetirá da mesma forma como foi. Em outras situações acabei transferindo esse modo de viver com outra pessoa. Não está sendo bom. E nessa medida acabo mesmo me isolando.

Acho que tb seja essa dor do luto: a perda, a partida e a ausência permanente. E olha que me considero esclarecido em relação as partidas deste mundo!

Quero sair disso!!!

Queria só viver uma nova companhia, aprender mais ou, quem sabe, reaprender tudo outra vez.

Eu mesmo afinei o cano do funil ao me expor mais. Me tirou um peso de 30 anos assumir abertamente minha soropositividade, mas parece ter fechado algumas portas também... não sei ainda o qto mexeu nessa, a do coração. 

O mundo mudou muito nas relações afetivas, nas mais profundas, e dificultou mais ainda encontrar alguém. E eu não acompanhei isso... antes não era tão complicado assim.

A idade tb contribui pra dificultar...

É isso...

Solidão 

Um dia eu saio...