fiesta gitana en la calle |
Após 30 anos estudando o Flamenco, compreendi melhor a cultura andaluza e aqueles povos que se encontram em seus limites.
Apesar do Flamenco hoje ser uma arte universal, em seus primórdios seus maiores divulgadores foram os ciganos no final do séc. XIX e ali estabelecidos desde o séc.XV. Como já é sabido por muitos, os ciganos são aglutinadores de culturas a ponto de fundi-las com a sua e transformar a seu modo de ver.
Marina Torres bailando por rumbas |
Ao se falar nas danças dos ciganos espanhóis é inegável que eles se utilizam do Flamenco como um todo, salvo ainda alguns estilos típicos como a Zambra, a Alboreá e outras danças do gitano, o cigano espanhol, e desconhecido por muitos profissionais da Dança Cigana aqui no Brasil que sequer admitem sua falta de conhecimento deste setor.
Após estes anos todos ainda ocorre o grande equívoco de ensinarem aqui no Brasil outras danças que sequer passam perto do folclore deles na Espanha. Ensinam estilos de Paso-Doble como os famosos "España Cañí", "El Gato Montés", "Malagueña" e até mesmo a "Granada", além de outra dança espanhola folclórica conhecida, a Sevillana, como dança cigana espanhola. Um dos maiores erros cometidos nestes tempos em que são vastas as fontes literárias escritas por renomados profissionais do setor, inclusive de fontes seguras na internet, para pesquisa sobre o tema.
A Rumba ainda é o tema mais utilizado para lembrar os gitanos, mas sequer também passa perto da realidade de lá na Espanha. Os famosos e já desgastados Gypsy Kings, que realmente são ciganos de origem espanhola, são muito usados, mas poucos sabem os profissionais daqui que eles apenas se utilizam do toque aflamencado em suas músicas populares e extremamente comerciais. Isto declarado por eles mesmos no documentário intitulado "Tierra Gitana" onde eles contam a história do grupo e desmistificam a rumba catalana que é a mesma que a rumba gitana e a flamenca. Enquanto isso, muitos ainda ensinam e mostram as "diferenças" entre estes estilos qualificando formas diferenciadas de dançar como se isso fosse relevante diante da cultura gitana-andaluza.
Pior do que tudo isso é ver em alguns shows o uso dos "Villancicos", que são músicas natalinas em ritmo de rumbas ou bulerías, dançadas com toda a falta de propriedade e desrespeitando o conteúdo cristiano de suas letras. Apesar de serem marcadas e passíveis de serem dançadas, não é de bom tom seu uso para dança e, principalmente, em vias de exibição pública. Mas entre eles mesmos é outra coisa... a cultura é deles!
Ciganos de Triana gravam LP de canções natalinas |
gitanas de Granada |
Cabe apenas mencionar aos estudantes destas duas danças, a Cigana e a Flamenca, a necessidade de realmente questionarem seus "mestres" e suas fontes, pois mantendo estes estilos como dança cigana espanhola ainda nos dias de hoje estaremos inventando algo que em seu berço não os representa e sequer são reconhecidas na Espanha como danças ciganas. Em qualquer lugar da Andaluzia que perguntar qual é a dança dos ciganos irão lhe responder: FLAMENCO.
E estes ditos profissionais da dança cigana conseguem piorar mais ainda esta situação quando usam qualquer música cantada em espanhol ou com algumas castanholas no fundo como genuinamente do calon espanhol. Provavelmente porque desconhecem que calon não é só o português, o espanhol e o brasileiro. São lástimas que distanciam os aprendizes de uma realidade histórica, social e política desta etnia ainda mal compreendida. Isso demonstra o nível da palavra que qualifica aquele que ensina se intitulando "profissional" por apenas ter um registro profissional, por trabalhar com achismos ou se juntando a quem subestima a inteligência dos aprendizes temporariamente ou quando ciganos mesmos, brasileiros e envolvidos com o ensino da dança, entram nesta onda difamatória da cultura rhomá.
E estes ditos profissionais da dança cigana conseguem piorar mais ainda esta situação quando usam qualquer música cantada em espanhol ou com algumas castanholas no fundo como genuinamente do calon espanhol. Provavelmente porque desconhecem que calon não é só o português, o espanhol e o brasileiro. São lástimas que distanciam os aprendizes de uma realidade histórica, social e política desta etnia ainda mal compreendida. Isso demonstra o nível da palavra que qualifica aquele que ensina se intitulando "profissional" por apenas ter um registro profissional, por trabalhar com achismos ou se juntando a quem subestima a inteligência dos aprendizes temporariamente ou quando ciganos mesmos, brasileiros e envolvidos com o ensino da dança, entram nesta onda difamatória da cultura rhomá.
Pense nisso!
Adorei o texto Samel!!! Hj eu estudo flamenco e minha professora havia me dito que a mesma coisa, que cigano na Espanha dança flamenco.
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