ABERTURA e Parte I
Zambra Elizabeth Turetta e Ricardo Samel |
Há 30
anos eu comecei a estudar dança influenciado pelo filme “Os Amores
de Carmen” interpretado pela atriz Rita Hayworth. Ainda não sabia
o que era aquela dança que ela fazia com as castanholas ao seduzir o
ator Glen Ford no papel do soldado José.
Após
alguns deslizes por conta de minha ignorância, acabei encontrando o
que eu queria: a Dança Flamenca. Foi nos estudos com a bailarina
Sonia Castrioto que despertei a curiosidade pela origem e história
desta dança.
Muito me
intrigou a quantidade de influências que faziam parte de sua raiz.
Pesquisei os judeus, algumas regionalidades espanholas, a dança
indiana, a dança do ventre com Hayát (uma romi recém chegada ao
Rio e separada de seu marido cigano) e a dança cigana.
Na dança
cigana não fui feliz na época, pois a professora sequer sabia o que
ensinava. Mas foi com Hayát que tive as primeiras informações e
depois fui atrás de literaturas onde conheci a escritora Cristina da
Costa Pereira que hoje aqui se encontra.
Vocês
devem me perguntar por quê Ciganos? Todas as fontes que encontrava
naquela época sobre o Flamenco falavam de ciganos. Assim descobri
com um amigo que haveria uma festa em Sta. Tereza com ciganos
dançarinos e a escritora lançando um livro sobre eles.
Minha
intenção era tentar entender como um povo que eu achava extinto e
apenas espiritual pudesse, além de ainda existirem, influenciar
tanto uma arte.
A partir
dali, conheci outros ciganos como o violinista Mio Vacite, o cantor e
hoje premiado Alexandre Flores e tantos outros que apareceram que
cheguei a pensar se era mesmo no Flamenco que eu deveria estar.
Conheci a Wlavira Turczneck e somos amigos desde a primeira edição
desta festa. E foi através dela que conheci Mikka Capella que, hoje
ainda, teremos o prazer de tê-lo junto com a escritora Cristina no
segundo bloco respondendo as perguntas que estamos recolhendo durante
a primeira parte.
Nestes
anos todos vi que os ciganos existem. E existem numa nova realidade e
sem aquele carregado preconceito dos anos que já são passados. Por
conta de sua própria cultura e com alguns ranços deste passado
preconceituoso, eles ainda encontram dificuldades como outras etnias
bases de nosso povo: os índios, os negros e outras diversidades.
O maior
desafio foi tentar entender a essência de um ser que muitos diziam
existir no Flamenco: o Duende. Até sobre “duendes” fui estudar
para entender melhor. De nada adiantou. Havia um hiato entre aprender
a dançar, a interpretar o Flamenco, o tão referido Duende e os
Ciganos.
Foi
nestes questionamentos pessoais que vi a inexistência deste hiato.
Os ciganos expressam até hoje o amor que têm pela vida com tanta
energia que o fazem puramente em suas artes e na maioria das vezes
levados pelo impulso natural. As diversas faces desta emoção comum
a todos nós, mas sentidas diferentemente: essa é a essência e este
é o duende. E para mim foi apenas entendendo e saboreando a forma de
ver e sentir a vida que os ciganos tem, que me fez enxergar isso.
É uma
pena que muitos artistas do Flamenco não se interessem por esta
cultura e desvelar isso é o objetivo de nossa Fiesta Gitana. Como
tenho falado nas mídias da internet, nossa festa não é nem melhor
e nem pior. Apenas diferente de tantas que possuem objetivos
completamente diferentes dos nossos. Por esta razão sequer colocamos
em evidência a parte místico-religiosa na festa. Além do caráter
beneficente para ajudar algum lugar que realmente necessite como a
Casa Geriátrica São Mateus em Guadalupe.
Todos que
hoje participam da nossa 3a
edição abraçaram a causa beneficente. Desprovemo-nos de todos os
lucros, salvo os custos da festa, para trazer um pouco mais de
conforto a esta casa geriátrica e levar um pouco mais de
discernimento a todos que se ligam de alguma forma a Cultura Cigana.
Meus amigos anfitriões, Carmencita e Carlos Máximo, abraçaram a
causa comigo.
Muitos artistas foram convidados pela seriedade de seus trabalhos
ligados a Cultura Cigana. Alguns recusaram por motivos pessoais e
outros não honraram com sua palavra em seu compromisso. Estes que
aqui se encontram hoje, abriram mão de seu domingo e, além de
honrarem com a palavra de seu “sim”, compreenderam a causa
beneficente, a causa do esclarecimento e deram um valor diferente a
esta festa.
Eu, Carmencita e Carlos, apenas organizamos tudo. Falhas ocorrem e
tentamos não errar. Mas nós dispusemos de nossa cara, de nosso
tempo pessoal para louvar algo que infelizmente muitos desprezam: o
conhecimento adquirido pelo processo das escolhas, da reflexão e,
principalmente, do uso da humildade para aprender e da humildade para
ensinar.
SHOW FLAMENCO (1h30m)
1- Abertura, Zambra e Tientos (Elizabeth Turetta e Ricardo Samel)
2- Ojos de Brujo (Cia Denise Tenório)
3- “Evita” (Izabel Moratti)
4- Peteneras (Incena Cia de Dança)
5- Tarantos y Tango (Cia Carlos Máximo)
6- Flamenco Pop (Cia Denise Tenório)
7- “Aire” (Ballet, Flamenco e Cia)
8- Guajiras (Espaço Étnico de Danças)
9- Cantiñas (Izabel Moratti)
10- Fandangos (Estudio Rodrigo Garcia)
11- Palo Seco (convidado especial Javier Berteloot, da Argentina)
12- patadas de Bulerías (todos)
II PARTE
Cristina da Costa, Mikka Capella e Ricardo Samel Sortilégio |
Após anos estudando e lendo muitos livros nacionais e estrangeiros
sobre a Cultura Cigana, principalmente sobre os ciganos espanhóis,
achei que chegou a hora de trazer mais esclarecimentos e desvelar
aquilo que não está explicitado nas festas de temática cigana.
Foi através desta ideia que convidamos a escritora Cristina da Costa
Pereira que possui uma boa literatura a respeito, além de ter
visitado vários acampamentos, conhecer ciganos de vários países e
conquistar notório respeito deles, e do rom e pesquisador jovem
Mikka Capella que estuda a história de seu povo, é que vamos ter um
bate-papo. Eles responderão as perguntas a eles dirigidas e por eles
sorteadas.
Levaremos em conta que as perguntas só serão respondidas se
possuírem identificação da mesma forma como nós organizadores e
convidados dispomos de nossa identidade nua e crua expondo-nos aqui
hoje.
Brincaremos com a sorte, com o destino e veremos aquilo que o
Sortilégio reserva-nos a esclarecer agora. Aquelas perguntas que,
além de identificadas, não forem sorteadas aqui, nós organizadores
e convidados, combinamos que suas respostas serão expostas em nossos
blogs para que todos saciemos nossas curiosidades e as conheçamos.
Esperamos que todos desfrutem deste bate-papo e que possamos juntos
agregar mais conhecimentos acabando com a ignorância e
desmistificando fantasias a respeito deste povo perseguido,
discriminado, mistificado e até mesmo encarado como extintos algumas
vezes ou como mais uma designação religiosa.
RESOSTAS QUE NÃO FORAM SORTEADAS. As respostas estão na íntegra e sem nehuma edição.
1)
Por que os ciganos se casam entre eles?
Pelo
fato de não terem um território delimitado como pátria só deles,
o casamento entre ciganos é, além da língua cigana, o romani, um
dos pontos altos da coesão da etnia. Mas é bom destacar que os
calons sedentários casam-se preferencialmente entre eles, bem como
também ocorre com os calons nômades. Quanto aos ciganos do grupo
rom (e os vários subgrupos – kalderash, macwaia, xoraxané, lovara
etc.) casam-se, cada qual, preferencialmente, dentro do mesmo
subgrupo, pois o convívio do casal, para falar em termos práticos,
fica mais facilitado.
“Além
disso, há o dote e, com casamentos entre ciganos do mesmo grupo e
subgrupo, estes se fortaleceriam. A estabilidade do casamento, então,
poderia ser mais garantida, porque, em caso de desavença conjugal,
só uma kumpania
estaria
envolvida. Como se vê, a ideia de perpetuar o clã está sempre
presente entre os ciganos.” (PEREIRA, Cristina da Costa.Os
ciganos ainda estão na estrada.
Rio de Janeiro, Rocco, 2009).
Mas
isto não é regra geral, pois no livro supracitado, o cigano
kalderash Ivan Nicrites conta uma bela história de amor entre um rom
kalderash
seminômade e uma calin nômade, seus pais, e as dificuldades que
isso acarretou por eles serem de grupos diferentes.
“Quanto
à possibilidade de haver casamento entre um cigano e uma gadji,
as coisas se complicam, pois a família do rapaz, que sempre dará
preferência a casá-lo com uma prima, ou seja, uma cigana, poderá
pressionar.” (op. cit.). A mulher cigana que deseja se casar com um
não cigano encontrará ainda maior resistência em sua família,
pois ela, depois de casada, deverá seguir com o marido e conviver
com a família dele e, segundo pensam os ciganos, se afastará das
tradições ciganas.
Quando
indaguei aos ciganos sobre esta resistência que eles têm ao
casamento entre ciganos e não ciganos, respondiam que: “o mundo do
romá
e
o mundo dos gadjé
são
tão diferentes que há pouca chance de um casamento dar certo nessas
circunstâncias (...). Os ciganos casando entre si facilitam a
preservação de seus traços culturais na nova família que irá se
formar.” (op. cit.)
Ao
longo de meus trinta anos de pesquisa e convívio com esta etnia,
conheci ciganos de vários subgrupos casados entre si. Além do mais,
estamos no século 21 e muitas dessas normas e hábitos vêm se
adequando à contemporaneidade.
2)
É verdade que o índice de analfabetismo entre ciganos é muito
grande?
Falarei
somente em termos de Brasil. O índice de analfabetismo é maior
entre os calons nômades, pela questão da mobilidade permanente e da
discriminação, que os afastam e a seus filhos da escola.
Porém,
no Brasil e no mundo, somente de 3 a 4% dos ciganos (dados fornecidos
pela Unesco e pelas organizações ciganas internacionais) são
nômades, hoje em dia. Quanto aos sedentários (do grupo calon e do
grupo rom), conheci desde ciganos com doutorado e mestrado, a
graduados, com ensino médio, fundamental ou, mais raramente,
analfabetos. Eles exerciam as mais diversas profissões (músicos,
dançarinos, médicos, assistentes sociais, promotores, advogados,
cartomantes, circenses, professores, oficiais de justiça, delegados,
taxistas) como qualquer não cigano. Quanto mais sedentários são,
encontram mais condições de estudar.
3)
O que a fez escrever sobre a cultura cigana?
Graduada
em letras pela UFRJ e sendo professora de língua portuguesa e
literatura, em 1984 veio-me a ideia de escrever sobre os
“desconhecidos” ciganos do Brasil. Pensei, primeiramente, em
escrever um conto mas, à medida que pesquisava sobre a referida
etnia cigana, havendo, então, uma escassa bibliografia sobre o tema
e tendo que recorrer à bibliografia estrangeira, resolvi que
escrever uma ficção poderia alimentar ainda mais a fantasia e o
desconhecimento sobre os ciganos. Achei, então, melhor optar pelo
gênero de ensaio e, por meio de viagens a vários estados do Brasil
e a alguns países do exterior, encontrando ciganos de subgrupos e
condições diversos, recolhendo suas falas, ou seja, dando voz a
eles, creio ter ajudado mais na compreensão de sua cultura. Somente
alguns ensaios depois, escrevi em 1992 o livro Ainda
é tempo de sonhos (Imago),
para o público infantil, e em 2011 o livro Qualquer
chão leva ao céu – a história do menino e do cigano (Escrita
Fina Edições), para o público infantojuvenil, recriando
ficcionalmente o universo cigano.
Quando,
em 1986, publiquei meu primeiro livro, Povo
cigano (edição
da autora), obedeci a um desejo íntimo e, ao longo desses anos, em
relação a tal tema, percebi que não é só importante dizer:
“aqueles são os ciganos, assim são eles”, mas contextualizá-los
dentro das complexas relações sociais de dominação (diáspora na
Índia, Inquisição, escravidão na Romênia, degredo de
Portugal/chegada ao Brasil, perseguição por diversos países
europeus, nazismo, advento da União Europeia, sua condição atual
no Leste Europeu, na Europa, enfim, todas as situações
político-econômicas em que se encontram no século 21, nos mais
diversões países, que os afetam).
Às
vezes, no que concerne à etnia cigana, é mais fácil considerar o
sobrenatural; tocar na realidade é o que dói.
Cristina
da Costa Pereira, 23 de outubro de 2014.
No
último domingo, dia 19 de outubro, eu participei de uma mesa de
perguntas e respostas que aconteceu na III Fiesta Gitana, organizada
e produzida pelo amigo Ricardo Samel. O formato, inovador para as
festas do gênero, consistiu em perguntas que eram feitas por escrito
pelos convidados e depois sorteadas na mesa, por mim ou pela
escritora e amiga Cristina da Costa Pereira.
Em
virtude do tempo, algumas perguntas ficaram sem ser respondidas e
nós, Cristina e eu, nos comprometemos com respondê-las depois, via
e-mail e internet. Conforme o prometido, sorteamos as oito questões
restantes e cada um de nós levou quatro para casa. Posto aqui as
minhas:
1
- "De qual continente vieram os ciganos?"
Essa
é bastante simples: da Ásia. Existe muita controvérsia quanto à
origem dos rhomá (ciganos). A hipótese mais aceita, por conta de
evidências linguísticas e genéticas, é a de que tenham vindo do
noroeste do subcontinente indiano, da região onde hoje se situam o
Paquistão e o estado indiano do Rajastão. Outras hipóteses dariam
conta de uma possível origem semítica ou de um povo anterior às
invasões árias que deram origem ao próprio povo indiano. Mas todos
parecem concordar que a origem dos ciganos se deu no continente
asiático.
2
- "Por que o cigano é um povo nômade?"
Essa
não é uma questão de resposta simples. Por tudo o que sabemos e já
conseguimos reconstruir da diáspora romani, o nomadismo não parece
ter sido uma escolha, mas uma imposição, já que os ancestrais do
povo rhomá (ciganos) foram expulsos de suas terras originais durante
as invasões islâmicas no século XI ou foram levados como escravos,
nesta mesma época, para a Pérsia. Da Pérsia, teriam partido rumo
ao oeste por causa do acirramento dos conflitos religiosos entre
cristãos e muçulmanos, ou seja, novamente por força das
circunstâncias. Já na Europa, onde uma parte penetrou pelo Bósforo,
na Grécia, e outra parece ter entrado pelo Estreito de Gibraltar,
eles sofreram perseguição desde o início e nunca puderam
permanecer por muito tempo no mesmo lugar.
Com
o tempo, acabou se criando uma noção romantizada do nomadismo, em
que ele é associado a um “espírito livre”, uma natureza
indomável que seria característica dos rhomá. Muitos rhomá,
inclusive, tomaram para si essa ideia, a exemplo do famoso poeta
Spatzo (de origem sinti), que dizia: “o céu é meu teto, a Terra é
minha pátria e a liberdade é a minha religião”. Mas essa parece
ter sido uma tendência originada do hábito romani de abraçar o
próprio destino e tirar forças da adversidade. Então podemos dizer
que o nomadismo foi, a princípio, uma imposição, depois entendido
como uma espécie de sina e hoje é interpretado pela maioria dos
gadjé (não-ciganos) e também alguns rhomá como uma expressão de
liberdade.
3
- "Em que local do Brasil existe a maior comunidade cigana?".
Em
Sousa, na Paraíba. Uma comunidade que começou a se formar nos anos
50 e hoje é composta por três ranchos em que vivem cerca de 1500
famílias.
Há
um curta-metragem disponível na internet, que foi produzido a partir
de vídeos feitos por um adolescente da própria comunidade. Nele, é
possível conhecer um pouco da realidade desses ciganos e dos
problemas que eles enfrentam. Segue o link para assistir o vídeo:
4
- "O que você ou nós poderíamos fazer para divulgar mais essa
cultura, que estou começando a conhecer e acho bonita?"
Bom,
a primeira coisa que você deve ter em mente é aprender o máximo
que lhe for possível sobre a cultura antes de pensar em divulgá-la.
Os rhomá, atualmente, estão num processo de organização política,
começando a brigar por direitos e visibilidade. Neste processo,
pessoas como eu, Cristina da Costa Pereira, alguns artistas e
intelectuais, ciganos e não-ciganos, já estamos trabalhando para
trazer mais informação sobre nossa cultura, com vistas mesmo a
enfrentar o preconceito. Mas confesso que nosso maior desafio tem
sido desconstruir informações equivocadas geradas, principalmente,
por pessoas que misturam o povo rhomá com crenças religiosas
completamente estranhas à etnia (algumas até bem intencionadas,
outras nem tanto...). Então meu conselho, já que você acha bonita
a nossa cultura, é para que estude e procure se informar da melhor
maneira possível, em fontes confiáveis, sobre nosso povo.
Simplesmente fazendo isso, você já estará ajudando muito mais do
que pode parecer.
Um
forte abraço e o meu muito obrigado a todos.
Mikka
Capella
III PARTE
Leshjae Kumpania |
“TODA
ÁRVORE DÁ FRUTOS BONS E RUINS. E POR CAUSA DE UM FRUTO RUIM NÃO
QUER DIZER QUE O RESTO DA ÁRVORE SERÁ PODRE.”
Ainda assim ouvimos esporadicamente comentários ou notícias de
brigas entre vários grupos e subgrupos ciganos e, muitas vezes,
apenas mostrando o lado ruim de suas diferenças; o que não nos cabe
aqui discutir estas ou quaisquer diferenças entre eles. Só devemos
lembrar que, assim como nós “gadjé” (quer dizer “não
ciganos” em romani, a língua deles), eles também são passíveis
de erros como qualquer povo.
E por quê não entre eles mesmos?
Por quê falar disso antes do show do grupo LESHJAE? Simples...
Ruiter me perguntou o que eu queria que fosse tocado na festa, se
eram rumbas ou apenas músicas dançantes. Lhe disse que o espaço
será deles para tocarem aquilo que quiserem, como seria entre eles
ou mesmo em sua casa independente de ser dançante ou não, pois o
espaço de show é dele e da banda, para tocarem as músicas de sua
alma, de sua família, de sua gente e de sua arte. E mostrar como
eles vêem e sentem a vida através da música e da dança feita pela
sua esposa Anne Kellen e seus filhos.
Ruiter, nós apenas conversamos duas vezes e apenas lhe agradeço em
nome de todos aqui presentes e por fazer a máxima da palavra de um
cigano e de sua hombridade. Em particular vocês ganharam meu
respeito e admiração por fazerem o que fazem mostrando a verdadeira
força da palavra de um cigano.
Recebam de todos nós um caloroso aplauso. E que as forças da
natureza tragam a vocês muitas energias positivas em suas vidas e
caminho e, claro, com muita sorte, saúde e muita paz. O show é de
vocês!
IV PARTE
Wlavira Turczneck, diretora e coreógrafa do Al Dabaran |
Por causa do endurecimento político e religioso com a invasão dos
árias, os ciganos nomadizaram ainda em solo hindu e se dispersaram
para não serem controlados. Mais tarde migraram para outras terras
em busca de um lugar onde pudessem viver. Seu modo diferente de ser e
vestir veio despertando a repulsa chegando aos preconceitos que
conhecemos hoje.
A diferença entre povos nos separa naturalmente em quaisquer países
que pisemos, mas nos une ao mesmo tempo. Devemos sempre lembrar que
somos todos humanos em qualquer parte do mundo e temos nossas
diferenças por conta de nossas raízes. Isso deve ser respeitado.
Pelos países que passaram, os ciganos deixaram marcas e absorveram
culturas locais misturando as suas e transformando a forma der ver
aquilo que viviam naquelas regiões. Eles se adaptam aos moldes
locais, mas por serem diferentes da cultura local, são qualificados
como a corja de uma sociedade impura. Precisamos respeitar as
diferenças para sermos respeitados.
Várias são as influências deixadas nas culturas destes países por
onde passaram e é com essa premissa que veremos algumas destas
danças agora executadas por profissionais e seus aprendizes de
diversos níveis de aprendizado.
Devemos louvar todos os profissionais de dança que são sinceros e
honestos com seus aprendizes, pois ensinam de verdade aquilo que
levaram anos estudando e aprendendo sem inventar o que não conheciam
sem mistificar ou esconder a história de um povo que se manifesta
demais através das artes.
Aqueles que aqui hoje se encontram foram convidados exatamente por
serem desta forma. Isso não desqualifica os demais profissionais
ausentes. Apenas estes se dispuseram e abraçaram a causa como um
todo e vieram mostrar de forma mais artística, as danças dos
diversos grupos existentes.
SHOW ROM (1h)
1- Abertura e Snarvick Cia de Dança
2- Baladi (Elaine Al Nahid)
3- Ghawazze (Espaço Étnico de Danças)
4- Ghawazze (Kelimaski)
5- Dança Russa (Al Dabaran)
6- Panô (alunas de Carlos Máximo)
7- Coração Cigano (Izabel Moratti)
8-
Ciganas Turcas (Cia E Aneesh Gitane)
9- Lamento Cigano (alunas de Carlos Máximo)
10- Raks Al Asaya (Espaço Étnico de Danças)
11- Macedônia (Al Dabaran)
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