Nas idas e vindas de vários encontros selecionados sobre a etnia cigana, encontrei novamente a escritora Cristina da Costa Pereira que me disse ter um artigo publicado na França numa revista especializada sobre o assunto. Ela me cedeu uma cópia da matéria publicada na revista Études Tsigane, trimestral e de número 51, situado a pp. 48-63, de 2012. O tema desta edição é "Os Ciganos na América do Sul" e o artigo se chama "Fausse identité gitane: un cas brésilien" (Falsa Identidade Cigana:um caso brasileiro). Este artigo foi escrito em parceria com Antonio Guerreiro de Faria.
O artigo me foi entregue em francês e fui em busca de alguém que pudesse traduzi-lo para compreensão do texto. Em contato com amigos internautas, encontrei Andrea Stoppe, que agencia anualmente viagens a Camargue, sul da França, e pediu a uma de suas clientes, Eunice Pissolato, que o fez informalmente e depois pedi que o mesmo fosse revisado pelos autores.
Dividirei em duas partes por ser um pouco longo para figurar num blog.
Todas as fotos e ilustrações foram encontradas na internet.
Todas as fotos e ilustrações foram encontradas na internet.
Segue então, a primeira delas.
Falsa identidade cigana: um caso brasileiro
Antonio
Guerreiro de Faria e Cristina da Costa Pereira,
respectivamente
vice-presidente e primeira-secretária do
Centro de
Estudos Ciganos, de 1986 a 1993.
Cristina da Costa Pereira |
O
sincretismo, a integração de diferentes elementos culturais em uma
síntese, é uma característica permanente do processo cultural
brasileiro, uma das marcas mais visíveis desse sincretismo se
refletindo na imensa mistura de raças e de culturas que compõem o
Brasil. Um tal processo, já visível na Europa, é moeda corrente na
mistura étnica que caracteriza este país. Se há uma mistura
racial, há um inegável sincretismo religioso nas trocas culturais
estabelecidas entre negros de diferentes procedências que criaram um
candomblé claramente diferente daquele que existe em terra africana.
Por outro lado, as trocas, em terra americana, entre culturas
africanas diferentes produziram um sincretismo religioso entre
culturas da África, da Europa e da América, largamente descritas
por aqueles que estudam a Umbanda1.
Mas o Brasil não vive somente de sincretismo religioso. Os
sincretismos que se produzem entre culturas de muitas regiões,
Nordeste/Sudeste – nos dois sentidos – são comuns e refletem as
ondas migratórias que se desenvolvem durante os períodos de
escassez nas regiões afetadas pela seca no Nordeste.
Uma
dessas manifestações sincréticas está ligada à adoção de
valores, crenças, símbolos e signos os mais variados, pertencendo –
de forma real ou imaginária - à cultura cigana. É o assunto
principal desta artigo, que aborda um fenômeno conhecido, mas
ausente dos debates e tendo recentemente acontecido, sobre os ciganos
no Brasil. Nós dizemos debates recentemente acontecidos, pois foi
durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que
aconteceram as discussões para o estabelecimento de uma
representação cigana na Secretaria dos Direitos Humanos.
Os ciganos no imaginário brasileiro
Parece-nos
que, além do fato de ser nômade ou sedentária, a comunidade de
Ciganos brasileiros, em sua grande maioria, assume para os não
ciganos uma dimensão mágica, que se afasta dos estereótipos
existentes na Europa. A boa aventura, drabarimos
ou drabaripen (romani)
ou ainda drabe ou
draba (calom), pode
ser a principal responsável dessa dimensão mágica estereotipada.
As figuras da leitora de mãos perambulante ou da vidente sedentária,
que predizem o futuro e fazem “trabalhos de magia” rápidos e
caros, mas com resultados garantidos abundam nos anúncios de jornais
ou em painéis publicitários nas cidades brasileiras. As saias e
blusas coloridas, mas também as indefectíveis sandálias havaianas
permitem identificar facilmente a mulher cigana. Curiosamente, a
figura do Cigano é associada aos antigos modelos europeus, com o
brinco na orelha, cabelos longos, o diklo
cherro (lenço de cabeça), a camisa de seda
colorida com mangas bufantes à moda húngara ou romena, cinto largo
e botas, uma vestimenta carnavalesca e quente para os trópicos e que
não corresponde de modo algum à realidade atual das bermudas
longas e largas, camisetas e sandálias havaianas. Ainda que os
ciganos nas carroças puxadas por cavalos tenham desaparecido, o
próprio governo brasileiro veiculou o estereótipo na edição de um
Manual dos Direitos Ciganos,
em cuja capa se vê Ciganos em uma carroça puxadas por cavalos, como
aquelas utilizadas pelos antigos Ciganos ingleses, mas também pelos
não-ciganos tinkers,
desconhecidos aqui. Baseando-se em sinais emprestados da Europa, o
governo brasileiro instituiu por decreto, o dia 24 de maio (dia da
celebração, em Saintes-Maries de la Mer, na Camargue, da chegada
das três Marias e de sua escrava Sara Kali, a “Santa Sara”) como
dia dos Ciganos2.
Nesse Manual existe uma representação de Santa Sara apresentada
como a “padroeira dos Ciganos”, embora ela estivesse praticamente
ausente da tradição cigana no Brasil há duas décadas. Podemos
então notar que os organismos governamentais, a despeito de suas
boas intenções, não possuem nenhum conhecimento adequado sobre os
ciganos, desconhecem suas tradições, línguas e hábitos. Os
estereótipos reduzem a diversidade de um povo a alguns sinais
redutores. É com alguns sinais já evocados – costumes, nomadismo,
fogos e carroças – que a imagem do Cigano foi construída no
Brasil. Um outro sinal mítico seria o violino cigano, reenviando a
uma profissão existente e reconhecida na Europa, mas não no Brasil.
Uma
vez enquadrado e pré-julgado, só resta aos ciganos a mesma relação
de fascinação e temor já manifestada em relação à etnia em
outras partes do globo. Além da afirmação de Heider3,
observando que “o estranho provoca resistência estética ou
intelectual, pois ele não corresponde às nossas expectativas”, é
ainda possível, com Moreira Leite4,
observar a atração exercida pela detecção do oposto, sublinhando
que:
“--
na reação negativa ao estranho, é quase sempre possível descobrir
um sentimento positivo de curiosidade, geralmente escondido sob a
reação negativa fundamental. Além disso, atribuímos ao grupo
estranho, além das características negativas, alguns traços
sobrehumanos ou fantásticos: mesmo submetidos ao pré-julgamento, o
estranho é muitas vezes descrito como possuidor de alguma força
extraordinária, uma habilidade além do comum.”
Antonio Guerreiro de Faria |
Prosseguindo
sobre os traços das causas da atração que exerce a figura dos
ciganos no imaginário brasileiro, deve-se notar a existência da
xenofobia e da xenofilia, seu contrário. Sempre segundo Moreira
Leite5, a
xenofilia é “a tendência a desprezar seu grupo e suas normas, ao
mesmo tempo em que afirma a superioridade do grupo estranho”.
Durante
os anos 1980, houve a eclosão dos balés flamencos, nos quais os
dançarinos se diziam descendentes dos Ciganos espanhóis, quando
sabemos que no Brasil, encontramos os Calons portugueses ou
descendentes de Ciganos portugueses, mas que os Calés (Ciganos
espanhóis) são raros como grupos representativos. Os dançarinos
inventavam nomes, sobrenomes e até adicionavam aos seus espetáculos
danças e músicas de artistas que se diziam “Ciganos” do grupo
rom (Ciganos não-ibéricos), com um outro tipo de costume, um outro
tipo de instrumentos e de canções, numa mistura artística
estranha. No caso dos falsos Ciganos dançarinos, músicos, leitores
de mãos (quiromantes) e videntes, podemos claramente dizer que há
uma fraude oportunista. A falsificação representa uma espécie de
valorização do currículo profissional, para alguém que era
unicamente um elemento em busca de status e reconhecimento.
Afirmar-se como Cigano em determinados meios, dava a quem se
declarava assim, distinção e coerência com a atividade exercida.
No
Brasil, particularmente nos centros urbanos mais desenvolvidos,
busca-se na falsificação da identidade um aumento de status e um
desenvolvimento da própria identidade, instável, ao contrário da
Europa, onde é praticamente impensável que alguém se declare como
Cigano em busca de status ou de valorização pessoal. Não afirmamos
com isso que não exista rejeição aos Ciganos no Brasil, mas que
aqui, ser Cigano, e especialmente nos centros urbanos, não
representa uma ameaça para aquele que se afirma como tal. Em muitos
meios, isso constitui até um elemento promocional, longe de
representar uma desclassificação de identidade pessoal, mas
sobretudo um elemento de distinção, na maior parte do tempo mais
positivo que negativo.
Os
não Ciganos que se dizem Ciganos desconhecem certamente a
religiosidade, a organização social, os valores, os hábitos, as
línguas e as instituições ciganas, tendo a respeito de todas essas
coisas somente uma vaga idéia tirada da literatura, do cinema e,
mais recentemente, das pesquisas em sites da internet.
Nós
vemos aparecer, então, um “povo cigano” que só existe na
fantasia dos imitadores, cujo imaginário, a percepção, o gestual,
o comportamento e os códigos se revelam imitações da etnia cigana.
Umbanda e Ciganos estereotipados
O
sincretismo místico-religioso desenvolvido no Brasil com os sinais
pertencentes a esta construção estereotipada dos ciganos possui
algumas raízes facilmente recuperáveis. Uma dentre elas data dos
anos 1970, quando surge, em muitos centros de Umbanda no Rio de
Janeiro e, em seguida em todo o Brasil, a denominada “falange
cigana”6. Se
antes, na Umbanda, se encontrava manifestações de “pretos velhos”
e de “caboclos”, clara alusão aos elementos africanos e
indígenas desse culto, agora são os ciganos que são chamados
“entidades”. A esse respeito, o professor de iorubá, escritor e
pesquisador especialista em religiões afro-brasileiras, José
Beniste, afirma:
“Eu
conheci a iyalorixá de Umbanda Arlete Motta (1945-2003) em 1965. Sua
história nos diz que desde a idade de 7 anos ela recebia
manifestações de entidades espirituais e, aos 12 anos, ela abriu
seu próprio templo, primeiramente no bairro de Vila Isabel e, em
seguida, no bairro de Lins de Vasconcelos, na Rua D. Francisca 184.
Desde sua infância ela recebia uma entidade que se chamava Pombagira
Cigana, uma forma sutil para a época, tendo o objetivo de atenuar o
medo, ou mesmo o despeito que a sociedade nutria em relação aos
ciganos.
Mais
tarde, a entidade se definiu como a Cigana Carmencita, nativa da
Espanha e que se comunicava com as pessoas com uma mistura de
espanhol e português. Ela lia a mão das pessoas e cantava, sempre
para um público bem numeroso.
Eu
vinha andando a pé
Para
ver se eu encontrava
Minha
Cigana de fé
Essa forma
de dissimulação, escondendo-se atrás da entidade Pombagira, teria
sido a conduta de outros médiuns também, que mais tarde eliminaram
essa palavra e se definiram com os seus nomes de origem cigana e
rituais específicos. Esse foi o grande papel da Umbanda junto à
sociedade. Integrando em seu universo os personagens agredidos e que
sofriam violência, como forma de recompor a real biografia daqueles
que construíram a história brasileira (Beniste, 2011).
Entre os
médiuns que encarnavam entidades ciganas, há aqueles que, por sua
ligação com essas entidades, afirmam algum parentesco carnal ou
espiritual, proclamando-se descendentes de Ciganos, de uma maneira ou
de outra. Estes últimos se intitulam membros de “tribos cósmicas
ciganas”. Assim, a aparição de pretensos – e evidentemente
falsos – líderes ciganos é comum, assim como a realização de
“rituais ciganos de batismo e de casamento”, numa clara atitude
de charlatanismo, que não tem mais nenhuma relação com a Umbanda.
Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, há um jornal mensal
intitulado “Povo Cigano”, no qual não há nenhum Cigano e cujas
páginas são cegamente ocupadas pelos anúncios de certas
mercadorias (bijuterias, vasos, costumes, shows, vidência e
quiromancia). Da mesma forma, entre os grupos esotéricos, o culto ou
a referencia aos “Ciganos espirituais” tornaram-se comuns,
durante festas realizadas de preferência em espaços abertos
(jardins ou pátios) com fogueiras e em noites de lua cheia.
A partir
dos anos 1980, a quantidade de videntes e quiromantes que se dizem
Ciganos sem o ser, aumenta. Ao contrário dos Ciganos, que liam as
linhas da mão em praças públicas e nas ruas de todo o Brasil, os
falsos Ciganos exercem seu ofício unicamente em suas casas ou em
espaços alugados para essa finalidade.
Entretanto,
com relação à Umbanda, foi possível obter, num site denominado
“Povo de Aruanda”, site umbandista, a existência de 29 entidades
femininas, 16 masculinas e ainda 9 Pombagiras ciganas.
Uma dessas
entidades consiste na assimilação, pelos círculos umbandistas, da
figura emblemática de Mamiori ,
palavra que significa avó. Sobre a personagem, Matt Salo nos diz:
“Uma
velha com aparência de feiticeira, chamada “mamiori le vesheski ”,
a vovó das florestas, que atua como guardiã dos assuntos
domésticos. Por exemplo, não se deve deixar os utensílios sem
lavar de um dia para o outro, porque vovó virá e os jogará sobre
as pessoas. Um certo tipo de musgo encontrado próximo das árvores
depois das chuvas, é descrito como o vômito da feiticeira. As
mulheres o recolhem e o utilizam no preparo de um amuleto (baiero)
colocado no pescoço de uma criança para afastar os maus espíritos
e as doenças (Salo, pág. 646).
Em certos
grupos ciganos, Mamiori
era designada pelo termo bibi
(tia) e analisando as práticas existentes nesses grupos, Trigg nos
diz:
“Como já
dissemos, alguns Ciganos desenvolvem uma outra atitude com relação
a Bibi. Eles acreditam também que ela é a fonte de toda doença e
então é preciso que ela receba suas orações, mas em vez de
apresenta-la como velha feiticeira, como ela é representada nos
ícones, eles acreditam que ela se apresenta como uma galinha, cujos
pintinhos representam, cada um uma doença diferente (Trigg, pag.
188).
No site já
referenciado, “Povo de Aruanda”, foi possível encontrar e ainda
estabelecer uma lista que retoma muitos espíritos ciganos
encontrados. As descrições são aqui transcritas ipsis
litteris:
Entidades
Femininas:
Cigana da
estrada, cigana Dalila, cigana do Egito – Flor de Lótus, cigana
Katiana Natasha, cigana Rosa Maria, cigana Carmen, cigana Carmencita,
cigana Cristal, cigana Pogiana, cigana Íris, cigana Kerumã, cigana
Leoni, cigana Madalena, cigana Mamiori, cigana Melani, cigana Najara,
cigana Sámara, cigana Samilia, cigana Samya, cigana Sarita, cigana
Silvana, cigana Sulamita, cigana Sumara, cigana Sunakana, cigana
Vlanira, cigana Vlanasha, cigana Yasmin, cigana Zaira e cigana
Zoraide (29).
Entidades
Masculinas:
Cigano
Igor do Eufrates, cigano Artêmio, cigano Boris, cigano Damião,
cigano Fábio, cigano Iago, cigano Juan, cigano Michel, cigano Pablo,
cigano Pedrovick, cigano Ramires, cigano Ramon, cigano Rodrigo,
cigano Tariri, cigano Tiago e cigano Vladimir (16).
Pombagiras:
Pombagira
cigana Sete Saias, pombagira cigana da Estrada, pombagira cigana da
Lua, pombagira cigana Neta da Encruzilhada das Almas, pombagira
cigana Curandeira, pombagira cigana Esmeralda, pombagira cigana
Feiticeira, pombagira cigana Menina e pombagira cigana Sarita (9).
Na lista
de entidades femininas, dois nomes mereceram nossa atenção: o da
cigana Mamiori e o da cigana Sunakana. Entretanto, a descrição que
o site faz de Mamiori é diferente da de Trigg e Salo:
“A lenda
cigana conta que há séculos havia uma cigana que tinha o poder de
detectar e curar qualquer tipo de doença, tanto física quanto
espiritual e que seu maior sonho era ser mamãe. Havia longo tempo
que ela era casada e não conseguia ter filhos. Um dia, enquanto ela
observava as crianças brincarem no acampamento, ela foi invadida por
uma tristeza imensa. Ela chorou. Vendo um arco-íris, ela pediu a
Deus que lhe concedesse a graça de ser mãe e prometeu que, se esse
milagre acontecesse, ela dedicaria sua vida a ajudar as mulheres
durante o parto e a curar aquelas que tivessem uma doença qualquer,
física ou espiritual. Deus, em sua infinita bondade, lhe deu sete
filhos. Depois do nascimento do seu primeiro neto, que ela ajudou a
nascer, a Cigana abençoou todas as pessoas do acampamento e
dirigiu-se para a floresta onde brilhava um arco-íris. Ela nunca
mais foi vista. Cada vez que um Cigano está doente e vê um
arco-íris, ele invoca o espírito de Mamiori. Ela é vista como a
mensageira da cura, a dama das sete ervas. Acreditamos que ela vem no
arco-íris visitar o mundo da Terra, desejando a todos a maior
riqueza que o ser humano pode ter: a SAÚDE!!! (Tirado do livro “Como
descobrir e cuidar dos ciganos do seu caminho”).
Ana da
cigana natasha
Outro nome
de entidade feminina que mereceu nossa atenção é o da cigana
Sunakana. A Cigana Sunakana é citada nesse site como a rainha do
ouro e é qualificada assim. Seguem as informações que pudemos ler:
Cigana
Sunakana
A rainha
Sunak é a rainha do ouro. Ela usa uma saia feita de véus amarelo
claro, amarelo ouro e amarelo queimado. Ela usa uma flor amarela
natural ou rosas amarelas de tecido brilhante.
Sua tiara,
que faz um semicírculo em sua cabeça partindo das orelhas, é uma
trança de fitas em diferentes tonalidades de amarelo, com fitas
presas. Em seu pulso esquerdo ela usa um véu semelhante a essa
trança. Uma blusa amarelo claro, com mangas bufantes e casinhas de
abelha em ponta em torno do pescoço. Usa um tamborim adornado de
fitas amarelas. Suas joias são um colar com moedas amarelas
penduradas, muitos braceletes e pulseiras, brincos de ouro e, em
volta dos tornozelos, uma corrente em ouro com um topázio.
Esta
cigana tem os olhos castanho-esverdeados e os cabelos castanho-claros
cacheados. Ela tem a pele morena cara, suas mãos e seus dedos são
longos, com unhas longas e bem cuidadas. Ela não usa esmalte
vermelho e sim rosa claro. Esta cigana é a dama das moedas de ouro.
Ela é a protetora do ouro e do ventre das mulheres. Em Cuba há uma
procissão de Nossa Senhora das Regras onde Sunakana foi batizada
segundo os rituais ciganos. Seu dia é 8 de maio e ela é uma das
favoritas de Santa Sara.
Amigos,
ajudem-nos a dar os créditos a quem merece, infelizmente não
conheço o autor.
No dialeto
calom, sunakai significa ouro ou bracelete. Em romani, sunakano
significa “feito de ouro, dourado”. Sunakana é certamente uma
adaptação portuguesa da palavra original.
Notas
- Religião nascida no Rio de Janeiro no fim do século XIX e início do século XX, que inicialmente misturava elementos espíritas e bantos, esses já moldados sobre elementos jeje-iorubas (?); hoje ela se apresenta dividida em diferentes cultos caracterizados por influências muito diversas (por exemplo indigenistas, católicas, esotéricas, cabalísticas, etc.) (Dic Houaiss, 2009)
- O dia mundial do Cigano é celebrado em 8 de abril, dia do massacre dos ciganos em Auschwitz-Birkenau
- In Moreira Leite p. 16
- Ibidem, p.16
- Ibidem, p.17
- Segundo a Umbanda, grupos de espíritos que, quando eram seres humanos, teriam sido da etnia cigana
NO POST SEGUINTE, A OUTRA PARTE... inclusive a Bibliografia
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