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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Flamenco renasce em ciclos

Desde 1984 eu estudo o Flamenco. Para quem já leu outros artigos daqui deste blog sabe exatamente como iniciei meus ciclos de aprendizados básicos e como surgiu meu interesse pelo lado histórico desta arte. Já não cabe mais aqui mencionar, haja vista que a internet ajudou a popularizar as culturas do mundo, como surgiu a sua raiz oriunda da mistura de diversas etnias que aportaram na história da Andaluzia, sul da Espanha,  para chegarmos aos dias atuais.

Pelos anos que tenho digo que o Flamenco se estruturou, se formatou, sofreu inúmeras influências do tempo e de outras culturas passando por estágios onde alguma parte ou conjunto de partes se misturam, se aglutinam e o faz ressurgir sempre com uma nova cara. Seja nos figurinos que se modernizam ou estilizam na contramarcha do folclore, seja nas inovações musicais e mesmo no rompimento com a sua  tradição, o Flamenco continua intacto.

De certo e por várias experiências vivo desde que comecei a estudar, que no final de cada ciclo seus artistas tendem ao reinicio, a um "restart" de tudo, uma espécie de "reborn" (renascer em inglês) como faz a mitológica ave Fênix que renasce das próprias cinzas sempre se mantendo viva independente do que lhe ocorra em cada ciclo.

Com isso digo que vejo a sua essência totalmente intocada, porém sempre renovada com suas vivências do tempo. Ficam ainda melhores! Ou seja, permanece como eixo principal os estados emocionais que gritam seus diversos palos (cantes) desde o princípio de tudo. Isso me deixa sempre em conforto quando o que se valoriza é a capacidade de expressar aquilo que realmente ele significa não importando (ao menos neste instante) o quão moderno ou antigo ele seja.

Ficam para trás apenas aqueles que distorcem ou tentam transformar sua essência em qualquer coisa que ele realmente não signifique.

O Flamenco continuará sempre sendo um grito da vida.