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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Desabafo profissional...

Escolhi uma profissão bonita, romântica e difícil. Sonhei difícil nas escolhas que tive na vida e escolhi das que gostava a mais difícil, a dança. Ainda escolhi uma das mais difíceis: o Flamenco.
Sonhei apenas em dançar e acabei em choque com o processo do aprendizado e do ensino pela competência do mercado.
Por causa disso fui aprender a ser professor para ajudar a ser mais correto e não passarem o que passei. E nunca me coloquei como absoluto nisso!
Me deparei com gente graúda que me induziu a ser desonesto ou a desrespeitar meu estilo de dança achando que eu não perceberia.
Mas aqueles bons que encontrei deixei menção em vários artigos aqui em meu blog com lugares especiais pra mim. E segui seus exemplos!
Saí do bairro nobre e fui para o subúrbio e nada adiantou.
A ignorância prefere mesmo continuar ignorante por ser cómodo!
Escolhi errado ao ser apenas um subalterno por achar que seria menos complicado que ter meu espaço.
Critiquei alguns colegas que hoje reconheço serem corajosos por abrirem seus espaços e enfrentarem as adversidades da direção e da gestão de seu próprio negócio.
Sim, eu que dei murro em ponta de facas! Reconheço...
Se me arrependo? Sim... mas demorei pra enxergar isso.
Alguém se importou?
Algum amigo orientou?
Me estenderam a mão?
Aliás, existe amigo profissional honesto e sincero?
Não, pelo menos não apareceram pra mim.
Apenas alguns lastimaram e se afastaram porque não toleraram escutar o que eu tinha pra dizer mesmo que os escutasse... nem mesmo pra me falar algo positivo ou negativo! Apenas alguns lastimaram, quase sempre, somente com um olhar triste.
Desisti? NÃO!
Meu problema não é com a dança, mas no relacionamento profissional.
Sim, estou realizado porque dancei em palcos, fiz shows de grupo, participei como solista e dei aulas em muitos lugares.
Prêmios? Ganhei alguns, mas este nunca foi meu objetivo é agradeço os que apareceram.
Divergência no aprendizado é normal e respeito a capacidade de cada um.
Me disseram que sou metido e digo que sou orgulhoso.
Me chamaram de dono das verdades e digo que sou sincero e honesto.
Me disseram que eu sou invejoso e digo que nunca quis o lugar de ninguém. Apenas acho que se beneficiar enganando os outros não é justo. E falo isso! Mas não digo quem e nem o local... O tempo sempre mostra o caráter de cada um para quem quer enxergar.
Me disseram que me acho o melhor e nunca afirmei isso pois sei bem quem sou e o que tenho a oferecer. Nunca fui o melhor bailarino mas minha aula nunca deixou a desejar... se não sabem o significado de orgulho, sinceridade e honestidade não será problema meu embora quem sofra com isso sou eu mesmo.
Procuro perfeição? NÃO! Mas estar perto dela e de gente que busca o mesmo e é aí que a coisa complica...
O mercado há anos massacra aquele que é modesto e honesto e conheci muitos colegas que desistiram por não suportarem a pressão.
Errei de novo ao acreditar que lutar e ficar aqui dando murro em ponta de facas eu conseguiria sozinho abrir um canal, um espaço ou uma brecha pra seguir... "uma andorinha não faz um verão" já diz o ditado.
Perdi tempo? Não sei dizer afirmando com precisão, pois posso ter deixado um alerta por onde passei e quizá algum dia se lembrem disso.
O que aconteceu?
Não existe amigo profissional. Existe o colega que tem o mesmo interesse... e este eu não encontrei, infelizmente.
Com isso digo que os outros estão errados? Não os que fizeram suas escolhas de seguir e por caminhos semelhantes em seus espaços. Reconheço eles... os outros praticantes de mentiras insólitas de minha profissão ficam apenas na lembrança da experiência que convivi e ver com cada um que certamente não era aquilo que eu queria pra mim.
Fazer dinheiro sei sim, mas só não faço de forma desonesta que é o que impera no mercado de minha região. Virei nômade por isso e o ciclo de mudanças de local acontece com frequência, pois fico aqui e ali até não dar pra ficar pela incompatibilidade mesmo.
Uma coisa é estabelecer normas, chegar a acordos e eu sempre ceder mas nunca receber a recíproca quando cobro minha parte e falo do respeito e não do dinheiro. E ainda sou tachado de intolerante e não saber me relacionar nos espaços. É isso que fico sabendo quando saio deles. Será que eu sou o errado sempre? Todas as vezes que saí de um lugar pensei nisso. Será eu?
Trabalho é troca justa pra mim. Forneço conhecimento e ganho dinheiro. Mas quase ninguém quer e saem das salas atrás de imediatismo quando o próprio espaço não se desmascara com o tempo e não valoriza isso ... e o errado sou eu.
Cansei... Não tem como! Os diretores sempre estarão certos! Pra mim apenas são egoístas e inflexíveis.
Não sou perfeito, mas não costumo persistir quando erro e detesto que me induzam aos erros alheios ou ser conivente com eles!
Comecei sozinho na dança e acabarei sozinho.
Seguirei até onde o corpo deixar e enquanto existir um lugarzinho pra dançar ou dar aulas.
Terminarei feliz com minha arte que escolhi porque não enganei ninguém, não inventei mentiras, não escondi conhecimentos e não prejudiquei ninguém por estudar, investigar, refletir e somar conhecimentos idôneos, não me sobrepus a ninguém alegando ser melhor que eles, não esperei reconhecimentos pois sei o que é a essência da arte Flamenca e a ela sou grato por me ensinar a destilar a própria vida.
Não fiquei rico e não ganhei bens materiais que não fosse o próprio conhecimento desta arte.
Nunca quis ser famoso, estar em voga na mídia ou na moda porque não me preenche em nada.
Não me vitimizo porque não é de minha índole e fui apenas vítima do próprio sistema que se alimenta disso. Eu não...
Não associei outras fontes de conhecimentos como a religião e a junção inapropriada de outros estilos de dança que não domino pra me prevalescer no mercado.
Apenas descobri amargamente que não se sobrevive honesta e sinceramente no mercado de trabalho nos dias de hoje porque em algum lugar o sistema pede para que se corrompa em alguma coisa para prosseguir... e esta é uma atitude que não carregarei pro túmulo e muito menos no espírito.
Muita destas pessoas errôneas que fizeram meus cursos usam meu nome de forma inapropriada (apenas porque fizeram algum curso) para afirmarrm seus erros de conduta e isso também já deixei claro em outros artigos aqui no blog.
Como qualquer um, aprendi a dominar meu ego e controlar minha vaidade. Se isso não é ser humilde, então ainda não me ensinaram como ser e nem descobri.
Cansei de lidar com as pessoas que se indisponibilizam para seguir reto e sem algum tipo de trapaça.
E aí morro como qualquer atista...
...solitário, taciturno mas feliz por ter sido fiel a arte que escolhi.
Muito obrigado, Flamenco, por me ensinar a entender, respeitar e aceitar as diversidades da vida e nunca me entregar para a derrota.
Ah, Flamenco, você me ensinou a me reconhecer como indivíduo no universo, me ensinou a sentir ao máximo as diversas emoções...
Obrigado por me permitir adentrar sua existência, me deixar dizer que também fui um artista flamenco e que de alguma forma contribuí pra sua existência.
Sei bem o que é uma Soleá... uma saudade de algo que nunca tive.
Gracias!

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