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quinta-feira, 21 de maio de 2020

Quando as máscaras (da vida) caem?

"Pensador" - escultura de Auguste Rodin  (1840/1917)
Não há como não parar para pensar no que vem acontecendo no mundo com a pandemia obrigando-nos ao isolamento social e as ações dos representantes do povo, os políticos, que são servidores públicos assim como tantas outras profissões. Então meu olhar tem um foco mais direcionado aqui aonde vivo, o Brasil e mais especificamente no Rio de Janeiro.

Em todo o mundo essa nata da serventia pública, que é bancada por nós trabalhadores, leia-se comércio e leia-se capitalismo até em outros regimes, mostram suas capacidades de liderança confiada nos votos daqueles que os elegeram e daqueles que não votaram neles e que ambos arcam com as consequências desses  líderes ao vermos o quão real é sua verdadeira postura ativada por leis feitas e seu caráter. Nesse regime primeiro se confia, quase que cegamente, e depois de assumido no poder, vemos o resultado.

Durantes décadas passamos por vergonhosa representatividade política. A maioria pensa no partido e nos seus objetivos. E isso é característico de pensamentos em comum. O problema reside nos interesses pessoais, leia-se vaidade, que cada representante expressa durante seu reinado deixando de cumprir com suas promessas pra eleição. Movidos por panelas políticas interesseiras, dá pra acreditar que não se consegue realizar parte do prometido sem se corromper com outros ali estabelecidos. Tem que compactuar com algum benefício ao outro, normalmente em percentual financeiro de algum projeto ou alguma troca de favor para atuar em segmentos de interesse pessoal. Será raro encontrar algum representante que seja 100% honesto e tenha força suficiente para combater e lidar de frente com esse muro de corruptos instalados em todas as camadas políticas. Eu escrevi TODAS AS CAMADAS POLÍTICAS.

Já diz o popular ditado que "farinha é bom e meu pirão primeiro". É uma alusão de que "primeiro resolvo meu lado e depois vejo o que sobra pra te dar". Vivemos assombroso estado de calamidade social onde fica explícito o verdeiro caráter daquele que foi eleito pela maioria como representante do povo. 

Mentir, omitir e obstruir sempre parecem ser verbos de ação principal quando o assunto se volta para o "pirão" de cada um. Comércio é essencial nas relações sociais e vale sempre frisar que é destes impostos do comércio que sai o salário da nata do servidor público. Sempre foi assim na história independente do regime político. Camada essa de uma sociedade onde não há nenhum olhar para as outras abaixo da sua. É como o mar... quanto mais fundo nessa imensidão, menos oxigênio se encontra e menos luz se tem. Essa pandemia deixa claro a verdadeira face dessa nata que necessita manter o comércio, leia-se seus altíssimos salários que são imaculados ao extremo, e que necessita sacrificar literalmente os outros para a sobrevivência... de quem? Precisam do comércio mais do que nunca, e acima até da saúde de quem faz ele funcionar, para que seu pirão de pó de ouro seja mantido. Mais fácil tirar de quem parece anestesiado com as dores sócio-trabalhistas. Tira-se homeopaticamente de todos que não são da nata e sofrerão só um pouquinho ao invés de uma única facada. 

As camadas inferiores a essa nata clama, reclama, grita e mostra-se totalmente desestruturada por causa dessa nata política que só é acometida se uma porção desse Covid-19 a toma como hospedeiro nos graus mais agressivos de sua manifestação.

É um momento de marca política e de criar uma memória para que lembremos de como fomos "bem representados" nessa liderança pela sobrevida. Vejo uma série num canal de streaming chamado "Os 100" onde um grupo de humanos necessita escolher 100 dos seus quem sobreviverão ao caos que a Terra sofreu por causa deste anseio pelo poder e riqueza. Nesta série não há dinheiro envolvido, mas o tempo todo há escolhas a serem feitas pela vida da maioria. Então os representantes de cada comunidade lutam para mostrarem suas capacidades de liderança e respeito. Alguns pensam no coletivo e a maioria pensam no poder de serem reis, rainhas com o dom da vida e da morte por quaisquer atos falhos da sua sociedade ou comunidade. Não me parece estranho que uma série de ficção ficasse tão próximo do que vivemos hoje, porém nós vivemos em dose muito reduzida de sofrimento se compararmos com essa série.

Enfrentam todo tipo de adversidade em prol da sobrevivência, mas ali não existe a moeda do comércio. Durante toda a série heróis viram vilões, e vice-verso, onde o fator de amor ao próximo, a solidariedade, a generosidade e o olhar para o coletivo impera nessas decisões onde o caráter é posto à prova a todo o momento. É o que vivemos hoje numa escala bem menor daquilo que mostra a série "Os 100" (The 100).

São condições da natureza do espírito onde as diversas camadas evolutivas se encontram mostrando seus pesares e suas virtudes. Todos em igual valor sob a tutela daqueles que realmente sabem ser parcimoniosos, generosos e aprendem a escolher, sem tirar do outro, para viver em harmonia. Os atributos do caráter individual de cada espírito encarnado se apresenta com força total. Não há os melhores. Não há nata espiritual numa escola onde o objetivo é aprender, evoluir e seguir adiante. É com as camadas menos evoluídas, que estão na liderança, que lidamos. Lembro que camadas menos evoluídas estão em todos os níveis dessa escola. São estas escolhas da vida, leia-se Livre Arbítrio,  que fazem a diferença no resultado. Se essa camada menos evoluída está no poder foi porque usou os atributos da "mentira" e sua irmã "falsidade" além da "omissão" conquistando os mais fracos emocionalmente e que não pensam, não querem pensar ou são acomodados na reflexão, e chegaram ao poder.

E é nessa levada nova que vemos mais uma vez que "fogo não se combate com fogo" e nem deve ser alimentado com combustíveis de espécie alguma. Nessa onda pandêmica que traz o Corona-vírus é que passamos por uma nova fase onde devemos nos auto-avaliar sem esquecer do coletivo. Cada ato seu interfere no todo. As máximas da Lei do Retorno brotam a todo instante e sofremos ou rezigojamos com as escolhas individuais, coletivas e as da nata política que estimula a criatividade e inteligência para sofrermos menos ou nada com suas vaidades. 

A natureza se beneficia nesse momento por conta da purificação dela em consequência do isolamento social prolongado. A poluição está tão diminuída que a natureza se recompõe com velocidade atroz se comparada as décadas previstas pelos cientistas para sua recuperação enquanto a vida urbana continua plena, sem parar.

Este olhar para algo fatal e ainda sem cura, o Covid-19, nos obriga olhar  para o microcosmo (eu) e o macrocosmo (o coletivo) e avaliar o quão todos nós, sem nenhuma exceção, somos imprescindíveis para um resultado seja ele qual for. Essa experiência do início do século XXI mostrará o quanto estamos aprendendo e aproveitando essa oportunidade chamada de encarnação.

Não há credo, raça, país, gênero, sociedade ou sistema político melhores que outros. Há a atuação do caráter individual em todos os setores. A ação imutável e perene das leis do Livre Arbítrio e do Retorno se mostram eficazes mais uma vez. Nunca a clama a Força Criadora, e suas diversas denominações foi tão aclamada como agora. A origem é única mesmo que os nomes sejam diferentes. E vemos agora que a onipotência e onipresença dela se faz atuar por estas duas únicas condições humanas... a escolha e a consequência. Todos somos iguais e temos as mesmas oportunidades. Vemos ao redor do mundo que não é o famoso "mal" religioso que está atuando. Mas sim as escolhas feitas que atinge, na maioria das vezes, a fragilidade orgânica do ser humano. E isso independe se ele é "bom" ou "ruim" e se pratica o "bem " ou  o "mal". Basta ser humano, ter alguma exposição ao vírus, ver qual a sua condição física de saúde e ter a assistência de experientes profissionais de saúde e higiene onde a rede que o sustenta, a política e o comércio, são imprescindíveis nesse suporte à vida naquele instante.

Quem disse que estes heróis não sofrem nessa guerra? Quem disse que eles são os únicos heróis?Todos nós podemos ser heróis em nosso campo de atuação. Até mesmo um vilão pode se transformar em herói...basta mudar suas escolhas!

Nessa real situação de vida não há máscaras! É o estado mais
puro do caráter que nos iguala agora!

E assim é que as máscaras, as da vida, caem...

O quê fica quando a máscara cai?

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