Em algumas conversas repetia a pergunta a ela: por que os ciganos? Ela dizia também não saber e talvez houvesse algo espiritual a ser resolvido. Mas ainda assim não gostava que tocasse no assunto.
Com os livros, palestras que deu em vários ambientes incluindo alguns acadêmicos ela deixou claro e de maneira inteligente e peculiar aquilo que desconhecemos da etnia. Com outros livros publicados e alguns premiados, ela fez o que veio fazer... ser professora de literatura e revisora de livros para grandes editoras.
Participei de um de seus livros contando como é meu processo criativo com arte. Estou na 2a edição do "A inspiração espiritual na criação artística", uma pequena exposição do qual me senti lisonjeado em participar.
Cristina não gostava de estrelismos e se esquivou de muitas situações para proteger os ciganos das distorções culturais que fazem até hoje.
Participou da fundação do CEC, o primeiro Centro de Estudos Ciganos da América Latina junto com o famoso violinista Mio Vacite, o cigano e doutor em música Antônio Guerreiro e Marcos Rodrigues assim como outros ciganos.
Ah como tive o prazer de estar em quase todos os eventos sobre a etnia que ela participou...
Em agosto deste ano Cristina teve complicações de saúde sendo internada num dia e falecendo no outro. Por mais que eu entenda e aceite as regras da vida, mesmo assim sua partida mexeu comigo.
Sou extremamente grato por esse privilégio de ter convivido com ela, ter acesso a alguns membros da etnia e por ter aprendido tanto com ela, uma sábia mulher que usou de algumas resiliências da sua vida para deixar um legado ao seus seguidores, aos ciganos e à seus familiares.
Cristina, te amo!
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