Powered By Blogger

sábado, 5 de abril de 2014

Fusão e Confusão....

"Em terra de cegos quem tem olho é rei".



Em vários lugares e festas Brasil afora é difícil entender o que é a dança que chamam de FUSÃO, se está estilizada ou com alguns movimentos de outros estilos...

Ou seria Confusão?

Dos dicionários da vida:
FUSÃO:
Na Wikipédia em português, fusão é um rótulo dado à necessidade de dois ou mais artigos que tratam do mesmo tema serem reunidos sob um único título. O resultado desta operação será um artigo contendo o conteúdo revisado dos dois originais e um ou mais redirecionamentos.

CONFUSÃO:
Por Dicionário inFormal
QUANDO NÃO SE TEM CLAREZA DO QUE SE VÊ E DIZ.
A PESSOA FAZ CONFUSÃO, NÃO SABENDO AO CERTO OS REAIS FATOS ACONTECIDOS.

Pra mim, em dança, fazer uma FUSÃO entre dois estilos (no mínimo) precisa ter o TOTAL DOMÍNIO das artes propostas para não cair no estilismo ou mesmo na CONFUSÃO.

Conhecer profundamente a arte que faz com a arte a ser fundida. É muito comum ver danças confusas em suas apresentações porque a proposta não foi atingida exatamente pelo fato de que a segunda dança proposta ficou apenas nas menções estilizadas do artista que não se aprofundou nos conhecimentos para a tal proposta. Cairemos na explicação acima sobre CONFUSÃO.

Existe um trabalho de um grupo carioca, GRUPO RAGA, que soube perfeitamente trabalhar o tema de Fusão com os estilos de danças propostos. No show "De Benarez a Jerez", inspirado no cd de mesmo nome deste grupo, é bem visível a Fusão entre os estilos Indianos e Flamencos proposto pelo grupo onde é nítida as distintas danças e suas fusões.

O Grupo Raga tem a direção da bailarina Suzane Travassos que hoje dirige a Casa Azul, em Laranjeiras. Suzane tem em sua bagagem de dança a formação em Ballet Clássico, em Danças Indianas (o Khatak) e o Flamenco, além de buscar em linguagens mais modernas o uso da Dança Contemporânea, o que resultou em novos shows como o TAKADIMI.


Este é um exemplo bem brasileiro de como se fazer uma Fusão. Aqui já mais contemporâneo e várias outras danças são expressas e em vários estilos musicais.





Eu mesmo já trabalhei neste tema quando resolvi, por influência do tempo em que pude participar como convidado do Grupo Raga, criar uma coreografia que fundisse as danças Indiana e Flamenca.


Criei a coreografia Kali, referências na deusa Indiana. Ali tem os elementos de ambos os estilos e a música foi montada tomando como referência o Khatak, o Martinete, onde os dançarinos usaram os Snuj para marcação de compasso deste ritmo flamenco marcada com o "bater do martelo na bigorna" e que se encerra por um parente próximo, a Siguiriya.



A própria Zambra, tema polêmico entre as danças ciganas por conta da duvidosa origem, possui elementos característicos da Dança do Ventre, da Dança Cigana e do próprio Flamenco. Ainda há que se observar que o estilo musical é bem peculiar deste estilo e que a maioria dos artistas, por desconhecerem suas origens, sua história e seus melismas musicais, acabam caindo na Confusão. Muitos a chamam de Flamenco Árabe... eu acho um equívoco.

Como hoje a dança está bem mais livre em suas influências, é notável em algumas delas o uso de acessórios que não são originalmente de suas raízes. Devemos lembrar que o próprio Flamenco já é uma fusão de estilos e que carrega deste resultado o estilo musical árabe, cigano, indiano espanhol e africano. Então qualquer Fusão dentro dele pode se tornar uma verdadeira Confusão dependendo de como é feita!




OBSERVAÇÃO: Não sou contra a Fusão, apenas acho que quem faz tem que ter o domínio das artes a serem fundidas! Eu quando faço, faço com aquelas que domino porque tenho material de pesquisa comprovando... Então posso afirmar o que falo, mas não dizer que os outros estão errados. Tirem suas conclusões.

Deixo aqui alguns exemplos que considero referência em Fusão de estilos... Mas pra mim Zambra não é fusão.

















Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mantenha contatos comigo deixando aqui seus comentários e seus contatos.