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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Flamenco com música mecânica 2

Já  escrevi sobre isso há  tempos aqui no blog. Com certeza que, dançar com música ao vivo,  teremos sempre a dignidade de montar um baile completo e com todas as necessidades para tal; fora o fato de ter música criada para seu baile dando uma assinatura singular.


Já é sabido que a expressão corporal advém de como trabalhamos o corpo na dança e a sua associação ao que diz a letra do palo.

Mas tenho observado em vários eventos o despreparo de quem baila ou coreografa o flamenco com música mecânica. Decididamente quase tudo é para ser apenas ouvido. Mas isso não impede de se montar algo e a mostrar em festivais e apresentações de fim de ano das academias. Este detalhe é ainda mais delimitado e desafiador na criação por conta da minutagem quase sempre fora da realidade flamenca. E isso sugere sempre ao erro na escolha das músicas mesmo quando se sabe editá-las num programa virtual.

O despreparo nunca é do aluno, mas daquele que o coloca para dançar. Há que se tentar e, literalmente, enxergar quais os elementos da estrutura de baile estas músicas flamencas mecânicas apresentam para poder se coreografar!

Vejo ainda muitos passos bonitos e corretos encaixados no compasso, mas que desrespeitam os elementos apresentados nas músicas quando, ainda, estão totalmente desarmônicos com tudo. Fora o fato de sapatearem a música toda como se isso fosse flamenco...ou na ausência deste, os estilismo usados e abusados também colocados como flamenco.

Então coreografar não é colar passos bonitos comprados em oficinas e workshops da vida. Engloba uma série de outros conhecimentos que os mais experientes notam ausentarem-se nestes trabalhos.

Não é impossível coreografar estas músicas mecânicas, mas precisa-se saber por onde trilhar.

Eu fico envergonhado quando tais trabalhos são apresentados como "profissionais" e ainda tem um nativo vendo tudo isso.

Já basta ver que, mesmo com música ao vivo, tais trabalhos mencionados como "semi-profissionais" ou "profissionais", ficam no mesmo nível dos de música mecânica. E pode piorar quando o figurino não combina em nada com o palo apresentado...seja ele da confecção em moda ou mesmo um autêntico figurino espanhol trazido de lá.

Estas críticas que faço são para alertar aos que se colocam como professores e aos estudantes para refletirem e não cometerem os mesmos erros que cometi no passado.

Acorda quem quer aprender e tem a vaidade controlada.

Temos ótimos professores de flamenco em todo o Brasil e lembro que flamenco é democrático com os corpos e é para todos. Então seja humilde e saiba com quem aprender e reconheça quando poderá ensinar.

#flamencoruim
#dicaflamenca
#estudarflamenco

Um comentário:

  1. Mestre, adoro suas colocações e esclarecimentos aos menos preocupados em fidelizarem-sem as minuncias de base da arte flamenca. Por isso serei sempre sua fã... BjsB

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